Os posts serão semanais agora.

sábado, 30 de abril de 2011

Contra o Dogmatismo

“Os senhores não devem, porém, tomar essa advertência minha no sentido de que eu proponha dar-lhes conferências dogmáticas e insista em seu crédito irrestrito. Um equívoco desses far-me-ia grave injustiça. Não desejo suscitar convicção; desejo estimular o pensamento e derrubar preconceitos. Se, em decorrência da falta de conhecimento do material, os senhores não estão em condições de emitir um julgamento, não deveriam nem acreditar, nem rejeitar. Deveriam ouvir atentamente e permitir que atue nos senhores aquilo que lhes digo. Não é tão fácil adquirir convicções; ou, se estas são alcançadas facilmente, logo se revelam sem valor e incapazes de resistência. A única pessoa que tem o direito de possuir uma convicção é alguém que, como eu, tenha trabalhado, por muitos anos, o mesmo material e que, assim agindo, tenha tido, por si próprio, as mesmas e surpreendentes experiências. De que servem então, na esfera do intelecto, essas convicções súbitas, essas conversões-relâmpago, essas rejeições instantâneas? Não está claro que o ‘coup de foudre‘, amor à primeira vista, deriva de esfera bem diferente, da esfera das emoções? Nem mesmo dos nossos pacientes exigimos que devem convencer-se da verdade da psicanálise, no tratamento, ou aderir a ela. Tal atitude freqüentemente levanta nossas suspeitas. A atitude que neles achamos mais desejável é a de um benévolo ceticismo. Assim, também os senhores devem esforçar-se por deixar que os pontos de vista psicanalíticos amadureçam tranqüilamente nos senhores, junto com a visão popular ou psiquiátrica, até surgir a oportunidade de ambas se influenciarem reciprocamente, de uma competir com a outra e de se aliarem no rumo de uma conclusão.”

Freud, S. Conferências de introdução à psicanálise. Conferência XVI. 1916

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Freud: História de vida (Parte I)

Bom, vamos a uma rápida explanação sobre a vida do Freud.

  • 1856: Nasce em 6 de maio, na cidade de Freiberg, Morávia;
  • 1859: muda para Leipzig;
  • 1860: muda para Viena;
  • 1873: ingressa na faculadde de medicina;
  • 1876-1882: trabalha com o professor Ernst Brucke;
  • 1881: conclui o curso de medicina;
  • 1882: abandona a carreira acadêmica e passa a trabalhar no Hospital Geral de Viena;
  • 1885: é nomeado conferencista de neuropatologia, e recebe bolsa de estudos para o Hospital Salpêtrière, em Paris;
( a linha do tempo continua nos próximos posts)

   Sigmund Freud nasceu em 6 de maio de 1856 em Freiberg, na Morávia, atual República Tcheca. Em 1859 muda-se com sua família para Leipzig e, um ano depois, para Viena. Ficou na cidade de Viena até 1938, quando mudou-se para Londres devido a ocupação nazista.
   Em 1873, ingressou na faculdade de medicina de Viena, onde se interessou pelo estudo de histologia e anatomia do sistema nervoso. Entre os anos de 1876 a 1882, trabalhou com o professor Ernst Brucke, onde fez pesquisas sobre a medula espinhal do peixe Ammocoetes petromyzon.
   Concluiu o curso de medicina no ano de 1881, e possuia o interesse de permanecer na universidade, trabalhando como professor e pesquisador, porém, em 1882, seguindo um conselho do professor Brucke, ele abandonou a carreira acadêmica, pois, a sua situação financeira era precária e o trabalho como clínico traria um retorno economico maior.
   Freud, seguindo o conselho de Brucke, passou a trabalhar no Hospital Geral de Viena como assistente clínico, e ao mesmo tempo permaneceu com suas pesquisas sobre anatomia do sistema nervoso, no Instituto de Anatomia Cerebral, sob orientação de Theodor Meynert.
   Em dado momento de sua trajetória, Freud passou a estudar doenças orgânicas do sistema nervoso, obtendo rápido sucesso nessa área foi nomeado conferencista de neuropatologia, em 1885. Nesse mesmo ano Freud recebeu uma bolsa de estudos para estudar em Paris. Essa ida a Paris seria um dos momentos mais importantes para a história da psicanálise, pois, foi com a bolsa  de estudos para o hospital Salpêtrière, que o estudo das neuroses tornou-se o principal interesse de Freud.

   (Continua)


Fonte:
SIMANKE, Richard Theisen, CAROPRESO, Fátima. Temas de introdução à psicanálise freudiana. São Carlos: Edufscar, 2006.
MEZAN, Renato. Freud: A trama dos conceitos. São Paulo: Perspectiva, 2006.

                                                                                                  Angelo Luiz Sorgatto

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Angelo Sorgatto

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pensando no fim de semana…

Mesmo com muita leitura pra fazer, que tal tirar um momento para relaxar e fazer uma sessão de cinema?  Como sugerencia vai o filme do diretor Luis Buñel “Belle de Jour”. A trama mistura a realidade com a fantasia, através de uma história de um personagem atormentado pelos traumas da infância, pelas regras de sua sociedade repressiva e torturada por fantasias e desejos. A história trata de uma mulher que tem um conflito entre os desejos e desordem internos e a ordem e a pulcritude em que ela vive no mundo exterior, levando o espectador em uma viagem ao interior de uma mulher masoquista que tem uma forte obsessão por se sentir possuída e desejada.

Marineide Aquino

Falando de atos falhos...

Um ato falho é qualquer erro, “escorregada”, ou esquecimento que atrapalha o que estamos falando ou fazendo num determinado momento. Geralmente eles são considerados sem importância; porém, eles possuem uma grande significação psíquica: revelam a existência de pensamentos inconscientes. Não é, como afirmam alguns, que os atos falhos mostrem os “verdadeiros” pensamentos de uma pessoa; pois o que pensamos conscientemente pode ser verdadeiro também, da mesma forma que esses pensamentos inconscientes vão estar sempre imbuídos de certa ambivalência. No entanto, os atos falhos demonstram que existem representações psíquicas inconscientes que são ativas e exercem alguma influência na vida dos indivíduos.
                Penso que é uma idéia ótima criar um blog psicanalítico com este nome; pois foi, não somente em base a fenômenos patológicos como a histeria, mas também a partir da constatação da existência de fenômenos cotidianos e aparentemente triviais como os “Atos falhos” e os sonhos, assim como da reflexão sobre sua natureza, que Sigmund Freud começou a desenvolver sua teoria sobre o Inconsciente, pedra angular da teoria psicodinâmica.
Jaume Aran

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Primeiro post

O blog "Atos Falhos" surgiu da união de alguns alunos do curso de psicologia da UFGD, interessados em um maior aprofundamento na teoria psicanálitca. O blog servirá como ponto de encontro para estudos e debates acerca da Psicanálise.
Em breve abasteceremos o blog com estudos, discussões, debates, etc. contribuindo para que todos os interessados possam se aprofundar nos mistérios do inconsciente.

Sejam todos bem vindos!

A.L.S.